ACONSELHANDO OS DESENCORAJADOS

26/07/2010 21:09

O texto base para tratarmos este assunto é Atos 4.13-22.

13. Vendo a coragem de Pedro e de João, e percebendo que eram homens comuns e sem instrução, ficaram admirados e reconheceram que eles haviam estado com Jesus. 14. E como podiam ver ali com eles o homem que fora curado, nada podiam dizer contra eles. 15. Assim, ordenaram que se retirassem do Sinédrio e começaram a discutir 16. perguntando: "Que faremos com esses homens? Todos os que moram em Jerusalém sabem que eles realizaram um milagre notório que não podemos negar. 17. Todavia, para impedir que isso se espalhe ainda mais entre o povo, precisamos adverti-los de que não falem com mais ninguém sobre esse nome".

18. Então, chamando-os novamente, ordenaram-lhes que não falassem nem ensinassem em nome de Jesus. 19. Mas Pedro e João responderam: "Julguem os senhores mesmos se é justo aos olhos de Deus obedecer aos senhores e não a Deus. 20. Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos".

21. Depois de mais ameaças, eles os deixaram ir. Não tinham como castigá-los, porque todo o povo estava louvando a Deus pelo que acontecera, 22. pois o homem que fora curado milagrosamente tinha mais de quarenta anos de idade. (NVI).

Um dos primeiros passos a dar no aconselhamento a crentes desencorajados é lembrar-lhes duas verdades cruciais a respeito de quem está EM CRISTO.

1) A primeira verdade é que EM CRISTO, somos nova criatura.

"Assim que, se alguém está EM CRISTO, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo". (2 Co 5.17).

Quem está em Cristo sofre uma mudança interna maravilhosa. Passa a ser uma nova criatura, deixando para trás uma vida de escravidão ao pecado.

2) A segunda verdade é que EM CRISTO, praticamos boas obras.

"Porque somos feitura sua, criados EM CRISTO JESUS para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas". (Ef 2.10).

Além da mudança interna, que não se pode ver ou mensurar, existe uma mudança externa, esta sim, visível, notável e até mensurável. Esta mudança externa é uma mudança de ações, ou seja, a prática de boas obras. Mas não qualquer tipo de boas obras. Não apenas boas ações como que para alcançar uma graça. Pelo contrário, estas boas obras foram preparadas por Deus, e são fruto de um coração já transformado. São obras de gratidão.

Isto posto, podemos afirmar que:

A CORAGEM PARA PREGAR E PRATICAR BOAS OBRAS VEM DE NOSSA POSIÇÃO EM CRISTO.

Quando nos relacionamos com Cristo temos a coragem necessária para agir conforme a vontade de Deus.

O texto de Atos está inserido no contexto dos primórdios da igreja cristã. Pedro e João haviam se dirigido ao templo para orar e foram interpelados por um coxo de nascença pedindo esmolas. Os dois, não tendo dinheiro, ofereceram o que tinham: curaram o homem!

A partir daí uma grande confusão acontece. Alguns ficam maravilhados, outros, por outro lado, sentem-se incomodados com este milagre em nome de Jesus Cristo, o Nazareno. Os dois apóstolos passam a noite na prisão por causa deste fato, e no dia seguinte são interrogados pelas autoridades. É aqui que se encontra o texto de Atos 4.13-22.

Precisamos incentivar o cristão desencorajado a perceber que EM CRISTO ele tem o mesmo Espírito Santo que deu ousadia e coragem a Pedro e João habitando em seu coração. Esta realidade era tão latente na vida destes dois homens de Deus que as pessoas perceberam que eles estiveram com Jesus (v.13). A pergunta que devemos fazer ao aconselhado e a nós mesmos é se as pessoas percebem que "estivemos com Cristo". Ou, em outras palavras, se as pessoas notam que estamos EM CRISTO, que somos nova criatura. Havia coerência entre as palavras de Pedro e João e suas atitudes. Os dois, sendo novas criaturas, tinham coragem e suas obras eram vistas por todos (v.14). A boa obra realizada naquela ocasião, ou seja, a cura do homem coxo de nascença, era incontestável (v.16). Os religiosos estavam tão cegos por seu sistema de poder que mesmo vendo o milagre queriam silenciar os discípulos (16b-17). Procure mostrar ao aconselhado desencorajado que mesmo tendo agido corretamente os discípulos passaram por dificuldades. Mas nada disso os fez calar. A mensagem foi pregada diante das autoridades e o resultado é que houve conversões (assim como houve rejeições). O resultado da pregação pertence a Deus.

O DILEMA.

Vemos claramente um dilema nos versículos 18-19: há uma ordem humana dada pelos líderes religiosos para que Pedro e João não mais falassem nem ensinassem no nome de Jesus. Por outro lado, existe a orde de Atos 1.8, de pregar o evangelho em todo lugar, até os confins da Terra. Em obedecendo uma das ordens, obrigatoriamente a outra seria desobedecida. As ordens eram excludentes. Se obedecêssem aos homens desobedeceriam a Deus; se obedecêssem a Deus desobedeceriam aos homens. Pergunte a si mesmo e ao aconselhado a qual das ordens ele obedeceria? Depois, aprofunde um pouco mais a conversa e pergunte a quem ele tem de fato obedecido até agora? Os dois apóstolos, sendo novas criaturas em Cristo, não poderiam desobedecer a Deus. Eles não poderiam ser omissos e deixar de falar sobre o que viram e ouviram (v.20). Este verso deve servir de encorajamento ao aconselhado. Peça para que ele reflita sobre o que ele tem ouvido e visto Deus realizar em sua própria vida. Depois, pergunte o que seria capaz de fazê-lo calar? EM CRISTO, nada pode calar o testemunho de um cristão!

Muitas vezes recebemos "ordens" até do nosso próprio coração para não pregar, não testemunhar, não fazer o que é certo, o que Deus manda. A quem temos obedecido? Se realmente estamos em Cristo, obedeceremos a Deus.

A obediência e ousadia destes homens capacitados pelo Espírito redundou na glória de Deus (v.21b). Mas não sem antes serem mais uma vez ameaçados pelas autoridades. Mesmo assim eles não perderam a coragem.

Lembre-se: EM CRISTO: somos novas criatura e praticamos boas obras. A coragem que você precisa para pregar e praticar boas obres vem do relacionamento com Cristo, da posição que já desfrutamos EM CRISTO. Obedeça sempre a Deus, não importando as consequências!

(Texto baseado na mensagem de domingo à noite na Igreja Batista em Socorro, 25/07/2010, do Pr. Ademir).

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