Certa noite resolvemos ligar para o “disk-pizza” para encomendar o nosso jantar. Após alguns minutos de espera, o motoqueiro chegou com a pizza. Paguei, levei a pizza para a mesa e quando abri a tampa da caixa, a cobertura estava quase toda de um lado só da pizza. Imaginei que o motoqueiro deve ter abusado das manobras para chegar rapidamente, e a pizza não aguentou tantos solavancos! Aquela parte com pouca cobertura foi ficando para o fim, pois ninguém gosta de comer massa de pizza pura, não é mesmo?! Nós todos preferimos as melhores partes, deixando a menos interessante para o final.
Temos um exemplo bíblico de alguém que também quis a parte boa, não de uma pizza, obviamente, mas de um alimento espiritual. Estamos falando da visita que Jesus fez às irmãs Marta e Maria (Lucas 10.38-42).
Marta sofria de um mal que muitas pessoas sofrem ainda hoje: são atarefadas demais! Ela ficou envolvida com os afazeres domésticos enquanto sua irmã Maria se alimentava das palavras de Jesus. Veja o que ficou registrado em Lucas 10.42: “E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”.
É difícil aconselhar alguém que não está necessariamente fazendo algo errado. Tarefas do dia-a-dia são comuns e devem ser realizadas. Lavar louça, cuidar da casa, assistir ao noticiário, ler, trabalhar, estudar, preparar uma boa refeição, fazer exercícios físicos... a lista é interminável! Tudo isso é bom e pode ser realizado normalmente na vida de todo ser humano. O problema, porém, acontece quando todas estas tarefas tomam o primeiro lugar na vida de uma pessoa, passando a ser o seu ídolo interior.
Talvez para alguns homens o carro seja seu ídolo. Deixá-lo sempre limpo, pneus calibrados, e tantos outros afazeres que exigem a atenção podem roubar momentos preciosos em família e também com Deus. Para aconselhar alguém nestas condições, é necessário mostrar que algo que poderia ser bom, como zelar pelo carro, pode se tornar algo ruim, quando se torna nossa prioridade ou motivo da nossa vida.
Sugiro alguns passos para ajudar pessoas com este tipo de problema.
Encerre o tempo de aconselhamento orando e afirmando a sua opção, que deve ser também a do aconselhando: "Eu quero a parte boa!"
Pr. Ademir
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