PROSTRADO OU CORRENDO: APEGUE-SE À PALAVRA (Salmo 119.25-32).

03/08/2010 09:03

 Dálet

25. Agora estou prostrado no pó; preserva a minha vida conforme a tua promessa.

26. A ti relatei os meus caminhos e tu me respondeste; ensina-me os teus decretos.

27. Faze-me discernir o propósito dos teus preceitos; então meditarei nas tuas maravilhas.

28. A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me conforme a tua promessa.

29. Desvia-me dos caminhos enganosos; por tua graça, ensina-me a tua lei.

30. Escolhi o caminho da fidelidade; decidi seguir as tuas ordenanças.

31. Apego-me aos teus testemunhos, ó SENHOR; não permitas que eu fique decepcionado.

32. Corro pelo caminho que os teus mandamentos apontam, pois me deste maior entendimento.

 

 

 

                O tema maior do Salmo 119 é a Palavra. Creio que isto fica cada vez mais claro conforme avançamos no texto. Várias são as palavras que aparecem no texto como sinônimos de “Palavra de Deus”, entre elas: estatutos, lei, mandamentos, preceitos, promessas, ordenanças, etc.

                Neste trecho a ênfase é na dedicação à Palavra de Deus. Veja a seguir uma história que ilustra a importância da dedicação.

 

Perto do fim da Segunda Guerra Mundial, os aliados precisavam fazer uma incursão contra uma resistência nazista. Uma determinada unidade recebeu uma tarefa perigosa a ser executada em Berlim. Cada soldado teria que memorizar um mapa que indicava os principais núcleos militares de Berlim. E isso teria que ser feito em apenas uma noite. Em poucas horas, cada soldado já havia conseguido memorizar todo o mapa. A missão foi um sucesso.

Vários anos mais tarde, o exército americano fez uma experiência para ver se aquele prodígio poderia ser repetido. A uma unidade semelhante à original concedeu-se uma semana de prazo, à guisa de incentivo. Mas a experiência não foi lá grande coisa. A segunda unidade não obteve o mesmo sucesso da primeira. Qual teria sido a diferença? A resposta é que a vida dos homens não estava em perigo. Sobreviver – eis a grande motivação!

Os cristãos estão engajados numa batalha espiritual (Ef 6.10-18). Nosso mapa, nossa estratégia contra as fortalezas militares de Satanás é a Bíblia. Quanto mais a lemos, memorizamos e conhecemos, mais eficientes nos tornaremos.

Devemos encarar a Palavra de Deus como se nossa sobrevivência dependesse dela – e, na verdade, depende! Esta é a verdadeira motivação.

Se sua vida dependesse de conhecer a Deus, quanto tempo você duraria? [1]

 

                A dedicação à Palavra é fundamental para nossa saúde espiritual. Ela deve ser nosso guia em qualquer situação, sem exceção. Portanto, apegue-se à Palavra. O salmista é alguém que busca se apegar a ela. Como podemos saber disso? O versículo 25 contém um pedido interessante: “Agora estou prostrado no pó; preserva a minha vida conforme a tua promessa”. O salmista é alguém que conhece a promessa divina. Mas, mesmo conhecendo a promessa (Palavra) o salmista sofre. Parece que há uma contradição aqui. Estamos falando de saúde espiritual e parece que o fato dele conhecer a Palavra não mudou a sua “sorte”. A beleza da Palavra não é nos isentar de sofrer, mas nos fazer enxergar as maravilhas do propósito de Deus durante o sofrimento.

 

O CAMINHO ENGANOSO.

                O versículo 28 é paralelo ao 25. No início do trecho o salmista alegou que estava prostrado no pó, atitude que representa no mínimo reverência e humilhação. Se formos além, podemos imaginar que salmista estava sofrendo. O versículo 28 comprova este fato: “A minha alma se consome de tristeza”. Mais uma vez a Palavra (promessa) é o recurso para o salmista vencer a tristeza. É ela que dá forças para que a luta continue.

                Tanto sofrimento pode se tornar em tentação para buscar outros meios para receber alívio momentâneo. O antídoto para este veneno mortal é a lei de Deus (Palavra). As opções para nos livrar dos sofrimentos podem ser variadas. Se elas não surgirem da Palavra, estarão fadadas ao fracasso. Quando andamos por caminhos enganosos, naturalmente nos afastamos da lei de Deus. E aqui segue um alerta muito importante: o caminho enganoso não é aquele que de cara sabemos que é errado e naturalmente nos afastamos dele. O caminho enganoso é aquele que parece certo, mas que conduz à perdição. É um caminho aparentemente piedoso, talvez mais curto e menos doloroso. Mas seu fim é trágico.

 

O CAMINHO DA FIDELIDADE.

                A opção correta é o caminho da fidelidade. Para trilhar por este caminho, é necessário atitude para obedecer a Deus. O salmista escolhe o caminho da fidelidade, como podemos constatar no versículo 30: “Escolhi o caminho da fidelidade”. Veja que ele não fica esperando as coisas se resolverem com o passar do tempo. Ele toma uma atitude, uma decisão racional, e isso só lhe traz benefícios. Que caminho temos escolhido em nosso dia-a-dia? Certamente que muitos de nós temos escolhido o caminho enganoso, que é aparentemente mais fácil e atraente. Porém, a orientação bíblica é o caminho da fidelidade, que geralmente é árduo, mas leva ao entendimento de Deus.

                O versículo 31 traz a palavra decepcionado, ou em outras versões, confuso. Quando conhecemos e nos apegamos à Palavra nós não nos decepcionamos com os fatos da vida. Por quê? Porque o conhecimento de Deus é maior do que qualquer circunstância adversa. Prostrados ou correndo, nosso alvo é o maior entendimento. Deus valoriza o estudo de Sua Palavra. Não é à toa que a Bíblia chegou até nós. Ela está aí para ser lida, estudada e principalmente obedecida.

                Você pode estar vivendo uma má fase em sua vida. Se este for o seu caso, lembre-se que a Palavra te consola. Talvez, ao contrário, você esteja vivendo uma fase muito boa. Neste caso, a Palavra também te orienta. Aliás, muitas vezes nós relaxamos na vida cristã nos momentos de bonança. Independentemente da situação em que você se encontre neste momento, escolha sempre o caminho da fidelidade.

Pr. Ademir. 



[1] Extraído do livro “Conta Outra”, de João Soares da Fonseca, p.58-59.

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